Incompreensão, espelho humano.

Tantos átomos perdidos, segundos dispersos. Em mim, outro ser necessita escrever, soltar tudo de si, eu meramente limito-me a seguir essas ordens, movimentando estes músculos mesquinhos. Sinto vontade de chorar, libertar os cabelos ao sabor do vento, mas… ao fazê-lo, uma tempestade ruirá em mim, enfurecendo e queimando tudo e todos… magoando.
Guardo mágoas, simples, fáceis, contudo que insistem em não sumir, sucumbindo… sempre.
Amizades, paixões… podem ser um sinónimo, sem amizade não há paixão certamente, digo eu.
Sempre fui um ser distante, escondido no meu casulo, contudo a partir de dada altura, nem eu sei bem qual soltei. Tornei-me numa borboleta, todavia essa borboleta nunca aprendeu o suficiente.
A confiança, sentimento não fraterno, é para mim algo crucial, porém um dos meus pontos fracos. Confio demasiadamente nas pessoas. Gostava de entender porquê. Dai, advêm sucessivamente desilusões, e assim se perdem os amigos que nunca chegaram a sê-lo.
Tenho uma personalidade difícil, e aos poucos descobri que nunca consigo passar 24 horas a sorrir, uma vez que, sem saber bem porque, a felicidade dá asas a uma tristeza e infelicidade sem explicação, e aí, nesses momentos, bastava aquele sorriso, ausente, para me salvar.
Os amigos os verdadeiros amigos, entram nas nossas vidas sem saber-mos bem como, e depois permanecem até fazerem parte de nós, e coexistirmos como um todo. Mas, por vezes na vida aqueles com que coexistimos não passam de nossos colegas, que nos sugam minutos de vida e se tornam parasitas, sem que nunca haja aquela simbiose essencial. Aproveitam-se de nós, usam-nos e depois descartam-nos. Somos lixo nas suas mãos, sem sequer desconfiarmos, enquanto a nossa mente só parece ver a sua camuflagem.
Talvez seja por estas experiencias, tão simples e fúteis, que por vezes nos ferem como punhais, que provavelmente não consigo dar valor a pessoas que me querem bem e me querem ver sorrir… (…)
Passou-se um ano, dias, horas, minutos tão indiferentes e tu, surgis-te novamente na minha vida, se é que realmente chegas-te a desaparecer… Não lhe chamo amor, mas também se é paixão. És alguém que me faz sorrir á velocidade da luz, que me dá importância e que talvez… goste de mim…
Foi o terceiro Verão juntos, mas decorreu como se do primeiro se tratasse. Perdi a timidez e libertei o ser que há em mim! Mas…
Foram sorrisos, carícias, mimos, brincadeiras, conversas… tudo parecia tão simples, composto. Porém, ao invés de nos amarmos, discutíamos. Terei sido fria, demasiado infantil, não sei o que fui, nem mesmo o que sei, sei apenas que fomos dois corpos que se tocaram sem nunca estarem juntos, um só sem nunca o sermos.
Sonhava com o teu toque, aquele toque que me arrepiava o estômago e me dava calafrios. Queria sentir os teus lábios no meu corpo, ser tua e tu seres meu.
Ilusão. A culpa devo-a aos astros que arrastam consigo o tempo, mo sugam e o corroem. Ás palavras irracionais que me desses-te…
Não sei, o que aconteceu decerto entre nós, se uma cumplicidade, um desejo ou uma paixão. Sinto apenas que os nossos corpos ardiam quando se tocavam e ambos queríamos o mesmo, sem nunca o desejarmos. Se fui fria não o sei, palavras poucas mencionei… E, assim, me despedi de ti: Vou ter saudades daquilo que nunca começou…

1 comentário:

Ade disse...

Gostei muito :)
Vou seguir.te ;)