Ninguém disse que ia ser fácil. Mas também ninguém disse que iria ser assim tão complicado.
Ver tv ? Não sei o que é. Estar relaxada? Que sentimento é esse ?

É tudo tão confuso, tão diferente. Será que irei conseguir atravessar esta névoa de incompreensão ?

Basicamente isto parece um pesadelo !
» Parabéns ! :)

« Desculpe, mas não faço anos hoje.

( em que Mundo vivemos: mundo das coscuvilhice e da ignorância )

» Vou ser Médica ?

« Sim, então é medicina.

» Não, não vou ser médica. Vou ser técnica.

» Parabéns na mesma, entrou na universidade em Lisboa.

( mas que treta é esta, felizes os ignorantes, felizes os invejosos, felizes todos excepto eu... e a culpa, essa, é inteiramente minha )

vidas.
Cara , Maria
Concluída a 1ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, vimos informar que o resultado da tua candidatura foi o seguinte:
Resultado: Colocada
Estabelecimento: [7220] Instituto Politécnico de Lisboa - Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
Curso: [8151] Medicina Nuclear

Poderás consultar os detalhes do resultado da tua candidatura em www.dges.mctes.pt/coloc/2010 a partir das 0h de dia 12 de Setembro de 2010. Poderás também obter um extracto da tua candidatura iniciando sessão no sítio da candidatura online.

Caso a instituição onde ficaste colocado já disponha de um sistema de matrícula on-line deves utilizar a seguinte senha para te autenticares: xxxx

Aproveitamos para agradecer a tua utilização do sistema de Candidatura Online ao Ensino Superior.

Obrigado e Felicidades, Direcção Geral do Ensino Superior


Não sei o que sinta, se estou feliz ou se chore.
Em mim ainda existia uma restea de esperança,
porque como sabemos a esperança é a última a morrer.
Quero ser forte afirmar que tudo é fácil, mas...
Se não gostar do curso, se não conseguir ir para Espanha,
e se toda a minha vida se tornar numa tortura,
e se não me adaptar... tanta incerteza...

felicidades, para quêm ?

mês de Agosto

Verão de 2007, não sei ao certo o dia, sei somente que a tua presença fez com que eu tomasse decisões que, acredito, poderiam ter tido consequências marcantes. Não lhe chamaria amor, foi uma atracção algo que não sei explicar, sei somente que conhecer-te fez pôr fim a uma relação que nem sei ao certo porque existia, talvez fosse uma necessidade de ter atenção e carinho.
Olhava-te e parecias ser especial, não tinhas aquela rudeza que caracteriza o sexo masculino, eras especial. Convivemos cerca de uma semana, mal falávamos um com o outro, contudo havia algo cá dentro que mexia… Foi através do MSN que começámos as nossas conversas num conhecimento mútuo. Gostava de falar contigo, por mais curtas que fossem as nossas conversas. Sempre que o Verão se aproximava a frequência com que falávamos era maior e por mais atribulado que tivesse sido o ano escolar tu surgias como um refúgio. Sabia que tu estarias ali, comigo, dando-me atenção e valor.
Passaram-se mais dois Verões até 2010, e todos os anos era o mesmo ciclo, falávamos no MSN, éramos companheiros no Verão, e em mim havia sempre a esperança de unirmos os nossos corpos. Quando estava contigo havia aquela ligação, não sei explicar algo estranho, o teu toque, a tua atenção.
 Até hoje, foras a possibilidade de fuga da realidade, sempre que não estavas presente fisicamente poderia falar contigo e ir para o nosso Mundo pequenino, se estavas a meu lado aproximava-me e o mundo parecia fugir-me. Era feliz.
 “A felicidade não é efémera”. Esta é a realidade. E a vida não é um mar de rosas.
Tu, tu e tu. À medida que te fui conhecendo desiludiste-me, mas eu perdoei. Magoaste-me, mas eu perdoei. Mentiste-me, mas eu perdoei. Pedi-te que me respeitasses e que não fizesses comigo o que já fora feito, e tu, ignoraste. Podia dizer-te: Perdes-te uma amiga. Mas, amigos nunca fomos. Meramente uns conhecidos que falavam numa mentira. Tu vives uma mentira e tentas levar-me a crer nessa mentira. Chega ! Pensas que o Mundo és tu. Que vivo em função de ti, que nutro por ti um amor eterno. Acabou, se alguma vez te amei, a tua mentira cessou com tudo. Insistes em ser uma pessoa que não és, a ilusão é meramente tua. A amizade é um bem precioso, e por isso mesmo perdoei, fingi não ver a mentira que te rodeava. Não lhe chamo pena, chamo-lhe talvez aprendizagem. Fui magoada e não queria fazer-te o mesmo. Acho que sempre fui para ti uma amiga, e tu para mim foste um mero conhecido. Não me importo, eu gosto de ver os outros bem e por isso quis ajudar-te.... mas foi em vão.
 Na vida, por vezes, é mais difícil assumirmo-nos perante nós mesmos do que perante os outros. Mas tu és diferente. Posso até estar enganada, mas sei que a homossexualidade já não merece ser um tabu. Resta-nos assumir aquilo que realmente somos, e os outros devem-nos respeito meramente. Podes querer ser alguém que não és, mas eu sei que tu és diferente e sei aceitar isso. Não guardo mágoa ou rancor. Perdoei as mentiras que me contas-te no passado, mas não desculpo as atitudes do presente. Quando eu estava disposta a falar contigo a compreender-te, sei que eu para ti não passo de uma mísera criança que vive no mesmo país que tu nasces-te, mas que é inferior só por não viver numa cidade. É inferior por não ter viajado pelos mesmos locais do que tu, por qualquer coisa é inferior.
Eu tenho um feitio difícil e por isso tentei entender o teu, mas não passa por tentar entender, passa por tu quereres viver uma mentira. Ninguém quer viver numa mentira. Rejeitaste-me como pessoa, perdes-te uma amiga que estava disposta a ajudar-te e compreender-te nas tuas escolhas…


começo a achar que é normal sermos sucessivamente magoados por aqueles que julgamos amigos

impressões

Quando nos relacionamos com os outros, não pretendemos, de certo, instituir-lhes os nossos gostos, as nossas opiniões… o nosso próprio eu, porém agora ao reflectir, me questiono sobre o porquê de nos relacionarmos com os outros, não conseguindo encontrar resposta. Sabe-la?
Foi dito, certa vez, que as nossas impressões digitais não se apagam das vidas com as quais convivemos. Esta afirmação, de aparência, meramente filosófica reflecte algo que nas nossas relações desprezamos, a criação de afectividade. Quando utilizamos ou magoamos os outros esquecemo-nos de que eles podem ficar marcados para sempre. São as mais simples coisas que marcam e ficam gravadas na existência das almas. A ausência de um abraço ou mesmo a não retribuição de um sorriso. Todavia, não é só a dor e o sofrimento que provocamos, por vezes, nos outros, que marcam, são também as vezes que os ajudamos, que sentimos que conseguimos ajudar aquela pessoa, e a conseguimos fazer feliz! Todo e qualquer momento tem valorização para determinada alma, mesmo que demasiado tarde.
Gandhi disse que o que quer que façamos na vida será sempre insignificante, contudo será sempre muito importante que o façamos, pois mais ninguém o fará por nós. São aquelas atitudes fúteis, para nós, que podem contribuir para a felicidade e construção dos outros. Nunca podemos baixar os braços e desistir, o que consideramos insignificante no momento deixará de o ser no momento certo, na altura exacta. Coisas simples que talvez só se alteram quando a nossa presença física se alterar, no momento da perda ocorre a sobrevalorização tardia dos actos.

Quando alguém entra nas nossas vidas metade de nós diz que não estamos, nem um pouco, preparados, contudo a outra metade diz-nos para fazermos com que ela seja nossa para sempre.
Lutemos com toda a garra pelos momentos insignificantes das almas. Ninguém o fará por ti.
Lutemos contra a diferença. Se não te opuseres ao Mundo, este será sempre insignificante.
Lutemos pelo reconhecimento dos actos. Porque um dia será tarde demais.
Lutemos pela valorização das pessoas. Ninguém, nunca, será insignificante.


. segue-me, usufruindo da minha insignificância


Inspirado no filme Remember me

A última das primeiras

Terça-feira, 8 de Junho de 2010, o último dia de aulas. Ainda recordo o dia em que pisei aquela escola pela primeira vez, devia ter os meus seis ou sete anos. Tudo era enorme, na escola dos meninos crescidos. Um dia seria a minha escola.
Há sete anos atrás, o hoje era como um oásis no deserto. Distante, distante. Ir para a universidade, ou mesmo andar no 12º ano era algo que eu julgava como algo que iria demorar muitos anos a acontecer, porém, agora, tudo foi muito decorreu exponencialmente. À medida que crescemos o tempo insiste em passar mais depressa. Ainda ontem tudo começou.
Custa-nos deixarmos aqueles com quem partilhámos os nossos melhores e piores momentos. É um bichinho que nos fero de levezinho o coração. Quaisquer que tenham sido os momentos, eles marcaram-nos e marcar-nos-ão para sempre, até aqueles mais fúteis e insignificantes. E o secundário chegou ao fim e com ele quebrar-se-ão ligações e aprofundar-se-ão aquelas com aqueles que mais nos marcaram. O ciclo ainda continua.
A prioridade neste momento é estudar para os exames dar o meu máximo, gastar todas as minhas forças, mas conseguir. Medicina, apesar de distante, ainda continua a ser uma meta a alcançar. Há outras opções, contudo nenhuma como aquela.
Durante a minha ausência lutarei por aquilo que um dia será passada. O melhor passado que consegui ter.



E e nós somos maquinistas.

Metamorfose

Digam o que disserem, vivemos sempre na ilusão de tudo voltar ao que era. A traição é pecado, mas pecadores somos, todos, nós se não soubermos perdoar.
Quando nos apegamos às pessoas é difícil conseguirmos quebrar aquele laço afectivo que nos prende, e se o tentarmos fazer é como se uma parte de nós se fragmentasse.
Sempre ouvi dizer que a felicidade não dura para sempre, já tenho argumentos que o provem. Também ouvi dizer que quando somos felizes não damos conta que o somos e não valorizamos essa alegria.
Os momentos que contigo partilhei foram os melhores que já vivi. Éramos um só corpo e uma só alma. Vivíamos todos os momentos como se não houve amanhã. Nós éramos a felicidade humana. Mas, nem todas as histórias podem acabar bem. Ás vezes por mais que releiamos a mesma história vezes sem conta, não conseguimos encontrar, o Momento.
Traíste-me. Não interessa o tipo de traição, mas sim que foste Tu a trair-me. Isso sim me fere e corrói a alma.
Idealizas, planificas, sonhas, e quando menos esperas tudo cessa, e ficas envolta na solidão, procurando saber onde falhas-te, recebendo todo o amor que ofereces-te em forma de egoísmo e mentira. Tentas encontrar as tuas fraquezas, mas quando o fazes a outra pessoa parece querer expulsar-te da sua vida com mais pujança. É tarde. Olhas em volta e estás só, rodeada de gente. Corpos desprovidos de almas.
Se me questionarem sobre o sucedido, direi somente que fui traída, não ousem questionar-me mais. Dei a minha alma e recebi-a fragmentada. Aviso que neste momento ela está a reconstituir-se, e quando esta metamorfose estiver completa direi somente: Obrigada, por me tornares mais forte.


. Porque o amor é uma doença, na qual julgamos ver uma cura e Tu és um mar de gente sem rumo.

Tenho medo de amar.

Talvez nunca seja capaz de amar verdadeiramente alguém.
Talvez nunca perca este egoísmo que me persegue por todos os cantos.
Talvez nunca chegue a ser eu mesma, com receio de me odiar a mim mesma, mais do que já me odeio.
Talvez tudo o que já vivi seja fruto de uma ilusão da qual não me consigo libertar.
Talvez não passe de um mísero corpo, fútil e inútil.
Talvez não seja nada. Talvez nem sequer exista para os outros.
Talvez todos me vejam, mas nunca ninguém tenha, sequer, ousado observar-me minimamente.
Talvez. Talvez.
Talvez seja o ser para o qual a palavra vazio foi criada. Mas isso era ser demasiado importante.
Não sou nada.
Quero soltar gritos, mas não sei bem que gritos.
Gritos de dor? Gritos de angústia? Gritos de inveja?
Eu nem de gritar sou capaz.
“tu nunca serás nada”

A razão porque dói tanto separarmo-nos é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham estado e sempre o fiquem. Talvez tenhamos vivido milhares de vidas antes desta, e em cada uma nos tenhamos reencontrado. E talvez que em cada uma tenhamos sido separado...s pelos mesmos motivos. Isto significa que esta despedida é, ao mesmo tempo, um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio ao que virá.
Quando olho para ti vejo a tua beleza e graça, e sei que cresceram mais fortes com cada vida que viveste. E sei que gastei todas as vidas antes desta à tua procura. Não de alguém como tu, mas de ti, porque a tua alma e a minha têm que andar sempre juntas. E assim, por uma razão que nenhum de nós entende, fomos obrigados a dizer-nos adeus.
Adoraria dizer-te que tudo correrá bem para nós, e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será. Mas se nunca nos voltarmos a encontrar outra vez, e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo, e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes.
 
Nicholas Sparks
Somos lo que soñamos ser y ese sueño no es tanto una meta como una energía. Cada día es una crisálida, cada día alumbra una metamorfosis. Caemos, nos levantamos. Cada día la vida empieza de nuevo.
La vida es un acto de resistencia y de reexistencia. Vivimos, revivimos. Pero todo se sostiene en la memoria. Somos lo que recordamos. La memoria es nuestro hogar nómada. Como las plantas o las aves emigrantes, los recuerdos tienen la estrategia de la luz, van hacia adelante a la manera del remero que se desplaza de espaldas para ver mejor.
Hay un dolor parecido al dolor de muelas, a la pérdida física y es perder algún recuerdo que queremos. Esas fotos imprescindibles en el álbum de la vida. Por eso hay una clase de melancolía que no atrapa, sino que nutre la libertad. En esa melancolía, como espuma en las olas, se alzan los sueños.

Manuel Rivas
O amor constrói-se através da partilha e da compreensão. Aprendi a amar-vos com as vossa virtudes e aceitando os vossos defeitos, acreditando no vosso valor e valorizando os vossos feitos, sem sentimentos de inveja ou rancor. Soube dar tal como recebi, numa simbiose perfeita.

Obrigada, por serem as cores do meu arco-íris.
Cidade das Maravilhas,

Meu amor,
Quero falar-te, mas faltam-me as palavras. Quero-te e não estou em mim. Sonho, sonho sucessivamente, noites sem fim, relembrando os teus gestos e as tuas palavras num desejo ardente de possuir o teu amor. És a flor e eu a tua borboleta. Pairamos, sozinhos, num imenso campo repleto de luz e de cor. Todos os dias passo por ti, poiso nas tuas folhas e sinto o teu toque, por momentos somos um só, naquela esplêndida simbiose que se funde na tua doce fragância. E tudo é Primavera.
Todavia, nenhum de nós tem a irracionalidade daqueles seres. Absorvemos as emoções e somos guiados pelos sentidos. É pelo teu toque que anseio e pela tua repulsa que mais temo. Tornaste-te essencial para mim. Se não te tenho não sei quem sou, e se te recordo é como se os segundos girassem no lado oposto, e nada fosse como realmente é, um mundo incolor e sem vida.
Podemos coexistir num mesmo espaço, amplo ou não, e eu nunca lá me encontrar, estar presente e tu nem me veres, mesmo soltando palavras para mim. Cruzar o teu olhar sereno e azul, cor de mar, é como se me fosse concedido o poder de pintar um arco-íris, algo possível, mas irreal. Contudo, são nesses momentos, quando os olhares se cruzaram, com toda a fugacidade de um Oceano, que eu penso que tu sabes e sentes o que sinto. Olhares que dizem tudo e nada dizem. O aperto no peito, a ansiedade que se presencia. As sensações, todas, excessivamente todas, mas nenhumas. E somente um desejo, uma possibilidade. Possuir todo o teu eu, inexplicavelmente necessário e inconstantemente desejável. Quero que nos abracemos e acarinhemos, completando-nos enquanto sentimos as batidas dos nossos corações, simultaneamente, e nos amamos. Em ti encontro respostas às perguntas que nunca foram concebidas. És a cor da minha vida.
Pode ser só uma ilusão, talvez eu nunca venha a poisar nas tuas folhas, nem sentir o teu toque, e tu podes até nunca ter-me visto, mas lembra-te o essencial é invisivel aos olhos, só se vê com o coração. Espero por ti.

Com ternura, a tua eterna borboleta.
Marie  <3 

saudade

Vagueias em mim, prendendo-me.
Há algo na alma, deste meu corpo, que me sufoca,
a saudade, indefinida saudade.

Roubar tempo há vida
Reviver memórias
Esquercer sentimentos
Saudade!

Tenho medo, não por mim,
por ti, por nós. Tenho medo.

Quero soltar esta dor,
miserável e sem justificação
melancolia...

Não sou nada, será que o serei amanhã?!

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Charles Chaplin
" Quando lerem isto, espero já estar morta.
Não podemos desfazer algo que já aconteceu; não podemos retirar uma palavra que já foi dita em voz alta. Pensarão em mim e desejarão ter sido capazes de me convencer a não fazer isto. Tentarão descobrir o que deveriam ter dito, o que deveriam ter feito. Suponho que deveria dizer-vos, Não se recriminem; a culpa não é vossa, mas isso seria mentira. Todos sabemos que não cheguei até aqui sozinha.
Chorarão no meu funeral. Dirão que isto não tinha de ser assim. Comportar-se-ão como toda a gente espera que se comportem. Mas será que sentirão a minha falta?
E mais importante – será que eu vou sentir a vossa?
Será que algum de nós deseja verdadeiramente ouvir a resposta a esta pergunta? "

Sim, já pensei no suicídio, também quem de nós nunca ousou pensar nisso? Todos o fizeram. Quando vivemos a adolescência pensamos em viver a nossa vida, aproveitar ao máximo, ao estilo Carpe Diem, contudo, sem darmos conta, acabamos por mergulhar no imenso buraco negro, onde as reflexões mais intensas nos ferem. Somos egoístas, todos sem excepções, mesmo tu que pensas ou dúvidas que não o sejas. Basicamente passamos a nossa vida de estudante a tentarmos pertencer a um grupo, só porque sim. Para mostrarmos aos outros que somos aquilo, e ignorando as nossas opiniões, opiniões, essas, que na maior parte das vezes nem existem, uma vez que passamos a respirar somente as dos outros. Esquecemos quem somos, sem nunca termos tido, exactamente, a consciência de nós mesmos.
Fundimo-nos com normal, pois todos recusam a diferença. Não porque ser diferente implica qualquer distúrbio pessoal, mas porque a nossa sociedade é IGNORANTE! Nada pode ser contrário daquilo que estamos habituados. Os filhos são o reflexo dos pais, todas as atitudes por mais pequenas e insignificantes que os filhos assistam no desenrolar do seu desenvolvimento, vão contribuir exaustivamente para a formação como pessoa desse indivíduo, quer sejam aspectos negativos quer sejam as melhores qualidades do mundo.
Tudo neste miserável planeta (miserável porque as pessoas construíram com ele a sua incapacidade evolutiva) é reflexo das mais pequenas atitudes, desde a idade da pedra até hoje. Nós não somos nada. Somos o vazio, a inveja e a ganância, nada mais importa a não sermos nós mesmos. Morreremos como o nosso próprio veneno…


Baseado: PICOULT, Jodi (2007), Dezanove minutos, Porto: Civilização Editora.