Tenho medo de amar.

Talvez nunca seja capaz de amar verdadeiramente alguém.
Talvez nunca perca este egoísmo que me persegue por todos os cantos.
Talvez nunca chegue a ser eu mesma, com receio de me odiar a mim mesma, mais do que já me odeio.
Talvez tudo o que já vivi seja fruto de uma ilusão da qual não me consigo libertar.
Talvez não passe de um mísero corpo, fútil e inútil.
Talvez não seja nada. Talvez nem sequer exista para os outros.
Talvez todos me vejam, mas nunca ninguém tenha, sequer, ousado observar-me minimamente.
Talvez. Talvez.
Talvez seja o ser para o qual a palavra vazio foi criada. Mas isso era ser demasiado importante.
Não sou nada.
Quero soltar gritos, mas não sei bem que gritos.
Gritos de dor? Gritos de angústia? Gritos de inveja?
Eu nem de gritar sou capaz.
“tu nunca serás nada”

1 comentário:

alexandrapinto disse...

adorei o teu blog, parabéns!