Amor puro .

Conhecemo-nos num café, no qual eu trabalhava. Desde, o momento em que o vi que soube que o amava. Estar naquele local era o paraíso, sentia-me bem comigo e com os outros. Aquelas paredes, suaves e sorridentes, eram alegria.
Queria conquistá-lo, mas nunca consegui. Sempre que ele aparecia por lá, tentava seduzi-lo com os meus longos cabelos, cor de mel e lembrado as ondas do mar. Ele parecia ignorar-me de todo, eu não passava de uma mera criança, que brincava em seu redor. Mesmo assim, a cada dia amava-o cada vez mais.
Passaram-se alguns anos e os seus olhos deixaram de encontrar os meus. Todavia eu sabia que nunca iria amar assim outra pessoa, podia não conhece-lo psicologicamente, porém, aquele sentimento era bem mais forte do que eu. Fazia-me sorrir, leva-me ao infinito da felicidade.
Certa tarde, decorridos cerca de cinco anos, ao visitar a minha avó, qual não é o meu espanto, ao reencontrá-lo, no auge da minha adolescência. Para ser sincera já nem me lembrava dele, porém ao reencontrar o seu olhar soube quem era ele. Ele que eu sempre amara.
Ele vivia em frente da casa da minha avó, uma bonita casa, moderna e com luxo. Havia constituído família. A primeira vez que o vi, estava a colocar o seu luxuoso descapotável na garagem. Passaram-se tempos, e eu não saia de casa da minha avó, passava os dias sentada no banco de jardim, em frente a casa dele, com os meus longos cabelos ao vento. Certo dia ele olhou-me, soube que me reconhecera. Saberia que o amava.
Um dia, teria cerca de 25 anos, tinha ido á quinta com os meus pais, porém quando passava junto a um ribeiro da herdade, onde existiam cachorrinhos e macacos bebés que se haviam ali refugiado, juntamente com as suas mães. Porém qual não é o meu espanto ao ver Pedro com a sua irmã. Estranha sensação. Foi como se estivesse a ver tudo omniscientemente. Do nada surgi num cavalo branco, tal como uma selvagem. Parei junto ao ribeiro, e, ai soube que aquele casal era filho dele, o homem que havia conhecido em criança, e eu era namorada do seu filho. Que confusão, e a filha dele ia casar, mas só o faria se o seu pai encontrasse a mulher que sempre amara, que era eu. Agora poderíamos ser felizes, ele já não vivia com a sua mulher, contudo eu teria de abandonar o seu filho.
E assim, foi termina-mos a beijarmo-nos, rebolando no relvado macio. Estaria eu nas nuvens?

Quanto tempo é afinal necessário esperar pelo amor?
Valerá a pena seguir o nosso caminho ?


(acordei, era um sonho, contudo anseio poder compreendê-lo)

2 comentários:

cαтια. disse...

Gostei imenso deste sonho.
Dá que pensar. Sempre me disseram que o amor era completamente independente do tempo. Há pouco descobri que isto talvez não fosse totalmente real. Tudo tem um tempo...

Um grande beijo*

Pandora disse...

Não será o tempo demasiado complexo para o julgar, compreender?
Vive os segundos, os minutos, não pares para os perceber, acabarás por perder tempo e ficar sem qualquer resposta.